Ressaltando o respeito e a admiração pela natureza particular do Japão, a mostra apresenta a arte da carpintaria nipônica e as habilidades dos artesãos nela especializados
Tendo como base o respeito e admiração pela natureza, junto com a responsabilidade e o comprometimento de construir algo duradouro, os carpinteiros japoneses desenvolveram uma técnica altamente refinada, que não depende de pregos ou peças metálicas – e é este o assunto da exposição ‘Imbuídos das forças das florestas do Japão – Mestres da carpintaria: habilidade e espírito’.
Com curadoria de Marcelo Nishiyama, diretor associado e curador-chefe do museu Takenaka Carpentry Tools (Kobe, Japão), a exposição chega à JHSP depois de passar pelas instituições da Japan House de Londres e de Los Angeles.
Em São Paulo, a mostra ainda ganha uma segunda parte, prevista para março de 2026, dedicada ao kigumi, técnica arquitetônica que consiste em entalhar as peças de madeira para que se encaixem perfeitamente. O sistema milenar, inclusive, foi empregado na construção da fachada da JHSP, elaborada com mais de 6 toneladas de madeira hinoki (cipreste japonês), é um dos preferidos dos artesãos japoneses tanto por sua flexibilidade quanto por sua durabilidade.
A técnica sob perspectiva
Na exposição, a técnica de carpintaria japonesa é abordada sob a perspectiva de dois tipos de ofício: o trabalho dos construtores de arquitetura tradicional japonesa como templos e santuários, chamados dōmiya daiku; e os carpinteiros sukiya daiku, especialistas na construção de casas de chás.
A mostra apresenta também uma réplica em escala real da famosa Casa de Chá Sa-an, do templo Daitoku-ji Gyokurin-in, localizado em Quioto, que representa a carpintaria sukiya. Construída em 1742, esta casa de chá foi erguida com materiais naturais como bambus e madeiras. No modelo apresentado na JHSP, partes das paredes e teto foram parcialmente removidas para revelar a engenhosidade estrutural e a maestria dos carpinteiros – que normalmente não são visíveis.
Além disso, a exposição traz 87 exemplares de ferramentas tradicionais da carpintaria japonesa, evidenciando a diversidade desse ofício milenar.
Uma floresta japonesa na Av. Paulista, 52
Uma instalação imersiva complementa a experiência da exposição, permitindo que os visitantes se sintam dentro de uma floresta e possam sentir os aromas de oito árvores japonesas como hinoki (cipreste); sugi (cedro japonês); cerejeira japonesa (sakura), entre outras.
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